sábado, 31 de outubro de 2009

Mar doce mar


A ti te escrevo.
Andas por onde o tempo te leva,
sempre andas-te por aqui,
desde o principio do mundo.
Fazes ouvir a tua voz.
Ás vezes parece que cantas,
e que o teu cantar embala o meu ser.
Outras vezes zangas-te contigo próprio.
E dás aos ouvidos que passam
barulhos desconfortantes.
De temor já não de calma.

Seduzes pela tua beleza,
seduzes pelos teus encantos.
Como te invejo.
Só um tolo não te invejaria.
És eterno e dignificado.
Embalas no teu colo os que por eles
se atrevem.

Deste a este nosso pequeno mundo
descobertas além imaginação.
Cantas para os namorados,
ouves as mágoas dos inconsolados.
Dás alegrias a crianças.

E após tanto veres,
aqui continuas.
E quando eu me for,
quando restar apenas
um pássaro a voar.
Continuarás intacto,poderoso,
nos teus encantos a embalar.
Quem aqui ficar.
Eterno sedutor.

Passado


Este foi a pensar em ti João, pela historia do nosso mundo passado.

No friu aqueces-te-me,
na solidão deste-me a mão,
no escuro desenhas-te uma luz.
Esperava por ti,vinhas para mim.
Dias,semanas,anos...
Chorei quando me magoavas,
escondi-me quando chorava.
Vivi ali,no teu canto,
tristezas,dores,
alegrias,esperanças,
futuros,projectos...

até ao fim..

Porque sempre chegou o fim,
não foi como nos livros
em que me perdia nas noites.
Foi o fim de uma parte de mim.
De uma história que passou,
que ninguém a ser nós se lembrará.
Acabou como se não existisse,
marcou como se tivesse esse direito.

Hoje tentas fazer do passado um presente.
Hoje sentes saudades e mágoas.
As marcas não passaram,
as noites não apagaram,
as pessoas não substituíram.
Mas não te posso dar um passado.

Eu sou algo diferente,o tempo girou..
As feridas marcaram,os passos foram fundos.
As rochas desgastam,o tempo passa e nunca voltarão.
Não voltarão a ser.

O tempo parou


Pelo tempo que parou, este é dedicado ao xico =D

O tempo passava
tão rápido, tão subtil.
Passava entre as minhas mãos
sem reparar, andava, fugia.

Uma escura e vazia noite,
mais uma e alguma como tantas outras.
Enquanto o tempo ia passando..
passando pelas minhas mãos.

Lembro-me quando num segundo consegui agarrá-lo.
Tão rápido,tão lento,
tão leve,tão doce..
Agarrei-o por um segundo,
simples mas eterno segundo.
Agarrei o quando me cruzei
com o teu tempo,no meu tempo.

E o nosso tempo parou.

Hoje ele continua a andar.
E recordo-me do segundo
em que o tive nas mãos,
e parou.
Agora fugiu de novo,
e o nosso tempo não parou mais.

Enquanto ele não pára
vou escrevendo e lembrando.
As memórias do dia
em que o vento o levou.

Espero agora no horizonte,
que encontre os meus passos de novo.
E os passos dele seguirei.
Até que o meu tempo se torne
em apenas mais um segundo o nosso tempo.

Um segundo onde o mundo pode brilhar.




quinta-feira, 29 de outubro de 2009



Jogos da vida

Palavras de algures
vindas não sei de onde.
Ou pensamentos nascidos
das entranhas do meu ser.
Perguntas me saem,
perguntas me fazem.
Não te sei responder
se nem a mim me respondem.

Fazer sentir-te o que sinto
pelas palavras e pela paixão.
Não as vá levar o tempo
e depois deixarás de sentir
o que tanto te quis transmitir.

A música inspira-me.
Das poucas coisas
que me tocam hoje no fundo.
Oiço então e tento passar com paixão
o que vai em vão neste pensamento insano.

Peças de um puzzle somos nós seres.
Pelos dias vou as pondo na mesa
como cartas de um baralho.
Mil e uma são as peças desse puzzle,
a metade ainda não cheguei.
Na capa do jogo não vinha a imagem final
Jogos estes que agora vêem não sei bem de onde
e não trazem imagens.
Como saber o resultado?

Vou pondo então peça por peça.
Uns dias encaixo algumas,
noutros dias de maior tempestade
o vento da janela que deixei aberta
desencaixa-as de novo.
Lá vou eu com cuidado tentar reconstruir.

Um puzzle de mil e uma peças.

Peças de dor, outras de amor,
aventuras, dias de luz,
noites de tristeza, silêncios de amargura,
silêncios de felicidade.
Quantas peças podem ter um puzzle?
Mil e uma!
E se não ficar por fim completo?
Ou se perder algumas pela sala?
Onde vendem destas peças