quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Angustia



Sentir o vazio que me faz querer não acordar mais
daqueles sonhos que um dia foram tudo e moveram
cada passo meu.

Sentir-me protegida e querer eternamente
passar as minhas horas no teu cantinho.
Tocando no teu rosto e dizendo o quanto te amo.
Quando isso acaba,
acaba tudo.

Tento arranjar novamente forças,
no mais pequeno gesto na menor acção
tento buscar forças.
Preciso de acordar desse sonho que na realidade
se torna pesadelo depois de vivido.

Cada lágrima muda a minha maneira de ver o mundo
muda a minha maneira de ser
muda o meu mundo.
Cada vez que mudo vejo os que me rodeiam
de maneira diferente.
Melhores ou piores.

Como numa estrada com milhares de caminhos
não sei qual seguir
Não sei traçar a minha direcção
nem o meu objectivo.
Porque a minha vida tornou-se tão dependente
do que era.

Hoje o meu sorriso vale muito mais do que ontem
e também hoje cada gesto dirigido a mim
magoa-me muito mais
e faz me querer adormecer no meu ninho
longe do mundo.

Pode ser que um dia encontre a minha cura
mas o que fui não voltará a aparecer.
Crescer nem sempre é o melhor
nem sempre nos faz bem.
Preferia ficar eternamente criança do teu lado
e ver o mundo com aqueles olhinhos inocentes.

Pego em cada lembrança e guardo numa caixinha
debaixo do meu chão.
Para ser o meu apoio quando só vir escuridão.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Temporariamente em mim


Hoje sei dar mais valor
do que ontem
hoje é a amizade que me
faz querer continuar.
Não me sentir sozinha neste
insólito mundo.
Abraço e trago para o meu mundo
os que dele se fazem merecedores.
Tento dar de mim o que posso
e o que não posso farei.

Uma alma
perdida é uma alma sozinha
no espaço, no tempo, ontem, amanha,
no passado e futuramente.

Defino a minha vida pelos que a
constituem.
Pois as minhas acções são na maioria das vezes
dedicadas a eles e a ti.
Não deixo de pensar em mim
apenas me faço buscando força
na energia que me dão.

Podes não ser muito
mas os sentimentos que nutro
por ti tornam-te em mais.
Daria metade de mim para viver
e passar essa porta que não
me deixas abrir.

Mas por te ter da maneira
que te tenho ao meu lado
já me faz feliz.
Poder ter conhecido o brilho
que trazes contigo
é uma dádiva que me foi concedida.
Manter esse brilho será a minha missão
enquanto continuares permanentemente em mim.

Sei que um dia posso esquecer,
já esqueci passados que me marcaram.
Mas defino-me pelo poder de regeneração.
Pode não ser o correcto, mas estão guardados
os passados em mim, sonoramente gritando
e eu não os oiço mais.

Posso tornar um dia o agora em passado
confrontando-me com o esquecimento
mas enquanto durar dou-me por feliz.
Por viveres temporariamente em mim.

domingo, 15 de novembro de 2009

Espero por ti




Espero por ti
enquanto nas noites escuras
as estrelas murmuram entre si
segredos que não consigo escutar.
Murmuram os nossos destinos,
empurram um pouco aqui
separam um pouco acolá.
Planeando secretamente
destinos futuros.

Espero por ti
Quando uma leve brisa
trazida pelas mesmas estrelas
me diz ao ouvido o teu nome
Lembrando-me da tua face
de cada traço teu,
do teu olhar secretamente
delicioso.
Atiçando-me.
Pois elas podem te ver.

Espero por ti
Enquanto dormes nos teus profundos
sonos, sonhando por entre
nuvens e arcanjos
num céu infinitamente perfeito.

Espero por ti
Imaginando o amanhã
cheio de alegria e paixão.
Espero por ti
acreditando que chegaremos mais longe
Espero por ti
acreditando que o céu não é o limite
Que iremos muito mais além
Construiremos um império
Ergueremos castelos e mundos

Espero por ti
Se me deixares esperar
ao teu lado sonhando...
Porque sonhar contigo faz me bem




quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Paixão perdida


Transformas-te um simples momento
em algo mais.
Ao meu dia triste dás cor
com a tua magia.
O meu olhar decorou cada
traço teu.
Para quando não estas.

Porque quando não estas
aquela sala torna-se fria,
vazia e triste.
Emaranhando-me no seu silêncio
e na tua falta.

Não sei se foram as tuas palavras,
os teus gestos,
o teu olhar.
Mas desejo-te sem fim
com medo que um dia me digas não.
E que a esperança que vou alimentando
desapareça.
E tudo pareça tão escuro e vazio
como um infinito universo
sem a tua luz.

Sei que és muito mais,
e por muito mais te vou desejar.
A quem passar vou fazer saber
que este perdido coração
foi conquistado em vão.

Esperando que a sua metade
o encontre.
Que de um se façam dois,
que do azul saia um infinito de cores
um arco-íris brilhante.

E por mais distante que estejas
quero que saibas
que está alguém aqui sempre para ti.
Que dará tudo de si
para te ver feliz.
Para por um sorriso e um brilho nesse teu olhar.

Posso agradecer por te ter conhecido
e pela tua amizade fazer parte de mim
posso agradecer por te adorar
por preencheres o meu vazio
apenas por seres.

E apenas por seres como és
vou continuar aqui a sonhar...
Desejando saber onde estas
meu anjo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Labirinto em mim


Saudades,lembranças,
novos desejos,novas paixões
a tentativa de começar de novo.
De esquecer o que muitas vezes
deixa marcas mais visíveis do
que pensamos.

Não dependendo só de mim
o começo e o esquecimento
de sentimentos e dias antigos.
Tento ir em frente, dizer adeus
seguir mais um passo em frente
e cada dia mais um.
Esperando ser aquele o trilho certo,
o mais colorido e menos doloroso.

Apoio-me em ti, apoio-me em mim
tentando parecer que tudo esta bem,
mas a súbita saudade de te ter
ainda floresce em mim.
O calor interior ao saber
que há sempre alguém para mim,
o viver tudo a dois.

Mas sei que de mágoas não se
constrói um futuro. Cada dia
mais se poder que o anterior
vou caminhando em busca de um
destino desconhecido.
Em busca de um horizonte perdido
nas nossas antigas praias.
Tentando dar inicio a uma
nova praia que começa já
a ter contornos.

Ajuda-me a esquecer!
Ajuda-me a dar cor a um sol
que hoje apenas brilha porque
é o seu dever.
Um sol agora tapado pela
neblina de ontem.
Cada cheiro,cada canto,
cada sabor tem a tua lembrança.
A mais pequena coisa faz me perder,
vaguear por mundos passados
por presentes perdidos.

Uma melodia de lembranças
tocando numa peça eterna.
Uma harpa feita de cordas
onde foram gravadas as tuas
lembranças.
Porque a minha vida é uma melodia
esperando eterna pelo teu encanto.
Uma melodia perdida numa sala vazia.



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Desejo


Para aquele cujo meu desejo me segreda o seu nome ao ouvido. Meu anjo de desejo.

O que são desejos,
simples e meros sonhos,
sonhos que queremos tornar reais.
E se tivermos os desejos?
Deixaremos de deseja-los?
Tornar se á o acessível
banal?

Desejo de te ter pelo simples prazer
de te sonhar em mim.
De preencher o meu vazio
com o teu inconfundível ser,
de imaginar horas a tua alma
com a minha.

Desejamos apenas o que não temos,
esquecendo de desejar cada vez mais
o que já temos e não damos valor.

E se os meus desejos se tornassem
reais?
Deixariam de ser desejos.
E a magia fugiria,
e ficava o que no seu lugar?
Um vazio? Um inconsolável
desejo de querer mais?

Somos seduzidos a querer,
a toda a hora a todo o segundo.
Mas para isso somos mortais.
Para desejarmos, conquistarmos,
para perder a magia e querermos
mais, e sempre mais...
Porque vai haver sempre mais.
Porque vou te desejar sempre mais.

Não seja por enquanto olhar apenas
para ti,e desejar-te em mim.
Com a força com que
os deuses invejam os seres.
E amar..amar uma só vez.
Como tudo se torna tão
especial.
E uma só vez te vou desejar
um pouco mais.
Até que o desejo se vá embora
e restará a tua imagem algures,
escondida atrás de mim.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Amizade


Para a minha Ana, i'll miss you tomorrow

Acredito que a amizade é precisa,
precisa quando os outros me
dizem adeus.
Precisa quando parece que
nada tem solução.

E chega aquele tempo,
o tempo de pegar no telefone,
procurar o teu número e
saber que do lado de lá
ou mesmo bem perto
está alguém que me vai escutar.

Que vai por um sorriso
onde outro alguém o tirou.
Que vai dar uma mão
uma mão que outro
alguém largou.

Por mais longe que esteja,
por mais difícil que seja,
por mais discussões,
rivalidades,zangas,
que passamos e passaremos a ter.
Por tudo isso sei que
no fim do dia vais estar aqui.

Vais dar a mão,
a alguém que precisa hoje
de ti para continuar.
Vais me desenterrar do fundo,
vais me dar assas
e mais uma vez vamos voar,
voar nas assas da amizade
pelo árduo caminho da felicidade.
E no fim,
no fim vamos sorrir juntas.

Porque se a vida faz hoje sentido,
se as escolhas e os passos
me levam hoje pelo caminho,
se hoje o caminho tem menos espinhos
foi porque foste o meu atalho
num caminho escuro
que percorrerei.

domingo, 1 de novembro de 2009

Ao escritor de Caim


Mais uma das noites,
antes de me perder no meu sono
peguei e comecei a lêr
tão história famosa.

Ouvi falar,falaram-me dela,
desta nova obra,
que viria contar
a história de Caim.

Dei por mim perdida nas letras,
e a elas se somavam as palavras,
os pontos e as frases,
as folhas e as páginas.
E em menos do que o tempo
desejava,li da história páginas.
E se não fossem as horas passarem
as estaria a ler agora.

Nada como me perder
numa boa história.
Num antigo dilema.
E não seja a minha fé insuficiente,
que me fez este livro admirar,
mas o meu gosto por boas obras.
E por deste ser o primeiro
livro a ler.
Deste a quem a alma e as palavras
permitiram escrever tal história.

Se o tempo me permitir
perderme-ei em mais contos.
E com histórias fugirei
das mágoas desta vida.
Encontrando nas palavras dos vividos
alento para mim.

Que não sejam dignas
as minhas palavras face a tal história.
Mas que sejam sinceras e
ditadas por anjo um querubim.

sábado, 31 de outubro de 2009

Mar doce mar


A ti te escrevo.
Andas por onde o tempo te leva,
sempre andas-te por aqui,
desde o principio do mundo.
Fazes ouvir a tua voz.
Ás vezes parece que cantas,
e que o teu cantar embala o meu ser.
Outras vezes zangas-te contigo próprio.
E dás aos ouvidos que passam
barulhos desconfortantes.
De temor já não de calma.

Seduzes pela tua beleza,
seduzes pelos teus encantos.
Como te invejo.
Só um tolo não te invejaria.
És eterno e dignificado.
Embalas no teu colo os que por eles
se atrevem.

Deste a este nosso pequeno mundo
descobertas além imaginação.
Cantas para os namorados,
ouves as mágoas dos inconsolados.
Dás alegrias a crianças.

E após tanto veres,
aqui continuas.
E quando eu me for,
quando restar apenas
um pássaro a voar.
Continuarás intacto,poderoso,
nos teus encantos a embalar.
Quem aqui ficar.
Eterno sedutor.

Passado


Este foi a pensar em ti João, pela historia do nosso mundo passado.

No friu aqueces-te-me,
na solidão deste-me a mão,
no escuro desenhas-te uma luz.
Esperava por ti,vinhas para mim.
Dias,semanas,anos...
Chorei quando me magoavas,
escondi-me quando chorava.
Vivi ali,no teu canto,
tristezas,dores,
alegrias,esperanças,
futuros,projectos...

até ao fim..

Porque sempre chegou o fim,
não foi como nos livros
em que me perdia nas noites.
Foi o fim de uma parte de mim.
De uma história que passou,
que ninguém a ser nós se lembrará.
Acabou como se não existisse,
marcou como se tivesse esse direito.

Hoje tentas fazer do passado um presente.
Hoje sentes saudades e mágoas.
As marcas não passaram,
as noites não apagaram,
as pessoas não substituíram.
Mas não te posso dar um passado.

Eu sou algo diferente,o tempo girou..
As feridas marcaram,os passos foram fundos.
As rochas desgastam,o tempo passa e nunca voltarão.
Não voltarão a ser.

O tempo parou


Pelo tempo que parou, este é dedicado ao xico =D

O tempo passava
tão rápido, tão subtil.
Passava entre as minhas mãos
sem reparar, andava, fugia.

Uma escura e vazia noite,
mais uma e alguma como tantas outras.
Enquanto o tempo ia passando..
passando pelas minhas mãos.

Lembro-me quando num segundo consegui agarrá-lo.
Tão rápido,tão lento,
tão leve,tão doce..
Agarrei-o por um segundo,
simples mas eterno segundo.
Agarrei o quando me cruzei
com o teu tempo,no meu tempo.

E o nosso tempo parou.

Hoje ele continua a andar.
E recordo-me do segundo
em que o tive nas mãos,
e parou.
Agora fugiu de novo,
e o nosso tempo não parou mais.

Enquanto ele não pára
vou escrevendo e lembrando.
As memórias do dia
em que o vento o levou.

Espero agora no horizonte,
que encontre os meus passos de novo.
E os passos dele seguirei.
Até que o meu tempo se torne
em apenas mais um segundo o nosso tempo.

Um segundo onde o mundo pode brilhar.




quinta-feira, 29 de outubro de 2009



Jogos da vida

Palavras de algures
vindas não sei de onde.
Ou pensamentos nascidos
das entranhas do meu ser.
Perguntas me saem,
perguntas me fazem.
Não te sei responder
se nem a mim me respondem.

Fazer sentir-te o que sinto
pelas palavras e pela paixão.
Não as vá levar o tempo
e depois deixarás de sentir
o que tanto te quis transmitir.

A música inspira-me.
Das poucas coisas
que me tocam hoje no fundo.
Oiço então e tento passar com paixão
o que vai em vão neste pensamento insano.

Peças de um puzzle somos nós seres.
Pelos dias vou as pondo na mesa
como cartas de um baralho.
Mil e uma são as peças desse puzzle,
a metade ainda não cheguei.
Na capa do jogo não vinha a imagem final
Jogos estes que agora vêem não sei bem de onde
e não trazem imagens.
Como saber o resultado?

Vou pondo então peça por peça.
Uns dias encaixo algumas,
noutros dias de maior tempestade
o vento da janela que deixei aberta
desencaixa-as de novo.
Lá vou eu com cuidado tentar reconstruir.

Um puzzle de mil e uma peças.

Peças de dor, outras de amor,
aventuras, dias de luz,
noites de tristeza, silêncios de amargura,
silêncios de felicidade.
Quantas peças podem ter um puzzle?
Mil e uma!
E se não ficar por fim completo?
Ou se perder algumas pela sala?
Onde vendem destas peças