quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O tempo parou mas a realidade mudou


Aquele tempo não mudou.
Espera-me falsamente modificado.
Encobrindo-me os pensamentos, alternado.
Sou o que sobrou.
Dos tempos anteriores do conhecimento.
Conhecimentos da minha alma, lembrando
Os encontrou.

Não mudou o tempo aqui.
Mudaram as coisas, que eu senti.
Algo tem sempre de se mudar.
Imposto, ou banalmente forjado.
Raramente se mantém tudo inalterado.
Mudaram as coisas, que eu senti.

E o vazio ficou, desocupado.
Pelas coisas que mudaram.
Mas ocupando agora um tempo desadequado.
Porque o tempo estagnou.
Mas o formato mudou.

Desencaixadas do seu tempo real.
Andam mais depressa que a minha alma.
Impondo-me a sua adaptação.
Querendo-me levar á sua imposição.
Realidades, indo contra a minha fragilidade.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ternura



Meu doce e pequeno alento
é doce a tua magia,
incurável a tua ternura.
Sais-te de um imaginável
ainda por mim não alcançado.
Pergunto-me então muitas vezes
se não foste um sonho.
E que sonho tão doce,
com os sabores da alegria.

O meu sorriso brilhou,
a tua luz confundiu a minha alma,
brilhas como uma estrelinha no meio
de tantas.
Mas a tua luz tem o sabor da primavera.
O sabor da doce calma em mim.

Se pudesse agarrava-te
para nunca mais te largar.
E levava-te para o mais lindo
canto do mundo.
E mostrava-te tudo o que me mostras-te
com o teu simples toque mágico.

A lembrança da tua imagem
vou acariciar com
as caricias da minha imaginação.
Sentir as mesmas borboletas
voando em mim
só de me lembrar de ti.

És o meu doce preferido
onde me perco no teu sabor.
Sentindo o aroma dos momentos
e o toque da esperança.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Sentimentos



Passou e ficou bem escondido
aquele sonho tão secreto
que conduzia a minha vida
sem que nada a pudesse parar.
Davas-me força e mostravas-me
as cores de um arco-íris
que ainda desconhecia.

Com o tempo as cores desgastaram-se.
O arco-íris,
esse perdi-o de vista.
E por te-lo perdido, tantas vezes o desejo
quando no seu lugar apenas
vejo as nuvens escuras que o cobrem.
Fazendo-me parecer
que tudo não passou de um sonho.

Como podem os sobreviventes de um
sonho tão lindo
continuar a viver aquela realidade
como se nada tivesse acontecido.
Como se as marcas não estivessem lá,
mas pelo contrario,
elas parecem não ter cura.

O que mais receio é continuar
a viver uma vida sem esquecer
o que passou, deixando-me afectar.
Por todos aqueles momentos
que não saem, que não me deixam
continuar.

O mundo continua a girar,
o tempo não pára
e faz-me questão de me lembrar disso
a cada segundo que passa.
Mas para mim, o mundo não recuperou.

Para nós, vai sempre haver espaço
nem que tenha de criar um novo mundo.
Onde poderíamos continuar aquele sonho,
o nosso sonho.

O sonho que preenche a minha escuridão.